Salvem o clube antes da morte

Salvem o clube antes da morte
CARLOS LOPES

A crise directiva que assola o Vitória de Setúbal, já devidamente escalpelizada, não passa ao lado do plantel profissional. À medida que os dias avançam e as soluções não surgem, o dramatismo da situação assume proporções ainda maiores. Carlos Cardoso, timoneiro e grande referência dos sadinos, fez ontem um apelo dramático às forças vivas da cidade e aos antigos dirigentes do clube, para que unam esforços em torno da salvação do clube. "Como vitoriano e setubalense que sou, não encaro de ânimo leve a situação que se está a viver neste emblema. Por isso, peço encarecidamente às pessoas da minha terra que já tiveram alguma ligação a este grande clube, que façam um esforço, se unam e ponham isto a andar antes de acontecer uma desgraça maior", apelou o técnico sem esconder alguma emoção que quase lhe embargou a voz.

O treinador sadino diz que, mais do que nunca, está na hora de os setubalenses darem as mãos para evitar o fim da quase centenária instituição. "Vamos pôr o Vitória a andar, dar a mãos, unir esforços e pedir à cidade que nos ajude. Queira Deus que nunca assista ao fim do Vitória, porque se isso acontecer os setubalenses vão sentir muito a falta deste emblema. Há quase 100 anos que os setubalenses estão habituados a ver este emblema representar gloriosamente esta região e o país. Vamos tentar arranjar remédios para essa eliminar esta doença, que é muito grave", apelou, acrescentando que os jogadores não podem continuar a ser confrontados, todos os dias, com as notícias de que o clube vai acabar.

Virando agulhas para a partida desta noite com o Guimarães, Carlos Cardoso disse que os seus pupilos vão tentar vencer o jogo e marcar golos, coisa que não acontece há seis jornadas. "Vamos ver se é desta. O Vitoria necessita dos pontos para a sua sobrevivência. O Guimarães é uma boa equipa, bem orientada e difícil. Vamos tentar tornear os obstáculos", assegurou.

Cardoso diz estar a tentar colocar a equipa a jogar à sua imagem, mas sublinha que a tarefa não é fácil. "Temos estado a tentar que a equipa se ligue mais um pouco e apresente um tipo de futebol mais à minha imagem de modo a ganharmos alguma qualidade extra com isso. O trabalho ao longo destes últimos dias tem visado uma maior agressividade do conjunto. Quero que a equipa pratique um futebol mais vivo e mais ligado", sustentou.

O técnico lamenta não poder, por razões financeiras, reforçar o plantel como desejaria, ao contrário dos adversários que lutam directamente pelos mesmos objectivos, e adverte que a tarefa será espinhosa. "Temos de viver com aquilo que temos. Milagres já ninguém os faz. Isto está muito complicado", disse, acrescentando que o reforço Joeano ainda não será titular frente aos vimaranenses.



ojogo

Espero que isso não aconteça, afinal de contas trata-se de um histórico do futebol português

Pimentel escreveu:Espero que isso não aconteça, afinal de contas trata-se de um histórico do futebol português