Diário de Dáuto Faquirá
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Diário de Dáuto Faquirá
DIÁRIO DE FAQUIRÁ- Iniciativa do Jornal Ojogo
DIÁRIO DE FAQUIRÁ: "O jogo vai começar"
DIA 14 DE JULHO, O 1º DIA:
São 7 da manhã e acordo sem despertador! O jogo vai começar... Sou nesta altura um treinador cuja missão é construir, um grupo que jogue e lute por um objectivo comum; uma equipa que pense e jogue futebol rápido em grupo. Parece fácil. Lavo a cara, olho-me no espelho e vejo o sonho que quero, a equipa que desejo: que tal uma equipa forte, inteligente, rápida, capaz de se sacrificar por objectivos comuns? É esta equipa com que sonho. Todo o grupo terá de trabalhar para o conseguir ser. Tal como o agricultor, o engenheiro, o escritor e o poeta, é preciso semear, colocar a primeira pedra, escrever a primeira prosa e os primeiros versos para que existam os frutos, os poemas. Chego a Setúbal e encontro-me com aquela que vai ser a minha equipa, o meu grupo, a minha escrita.Muitos vitorianos esperam-nos com os olhos que espelham o verde da esperança, mas também do esforço que acreditam podermos dar ao serviço do Vitória. Almoçamos, treinamos e jantamos na Quinta do Pinheiro. Um espaço ideal para descansar, passar uns dias de férias, ou simplesmente como nós - um espaço de trabalho ideal para construir a equipa. Conhecermo-nos e comunicarmos são os nossos primeiros objectivos. Um forte abraço a todos os leitores do jornal O JOGO e a todos os vitorianos.
fonte: O JOGO.
DIÁRIO DE FAQUIRÁ
O primeiro princípio
Segundo dia de trabalho. Vamos novamente entrar em acção. Hoje é preciso que a bola rode para a frente, na direcção da baliza. Desde 1910, ano da fundação do Vitória, que todas as pedaladas neste clube são para a frente. São os jogadores que jogam - penso. Quero que o façam com correcção e se ainda conseguirem, que sejam elegantes. Nada melhor do que os campos férteis de Valado de Frades para introdução da minha filosofia de jogo e de treino. É o momento exacto para dizer aos leitores de O JOGO e também aos adeptos do Vitória, que jogar rima com partilhar, rima também com ganhar. E ganhar, ter sucesso, significa, nesta altura, ser capaz de respeitar o meu colega de equipa. Como? Passando-lhe a bola sempre que tiver uma linha de passe aberta, ofensiva, mas, se for o contrário, esse meu colega de equipa far-me-á exactamente o mesmo. Ora, isso para mim, é ganhar. É também ganhar sempre que um colega perde a bola e quem está mais perto ajudar a recuperá-la. É o meu primeiro princípio: o do respeito por todos os companheiros. Só assim, entendo, poder existir rendimento, afinal de contas, o nosso grande objectivo.
DIÁRIO DE FAQUIRÁ
Por entre o nevoeiro
16 Julho, dia 3. Ao terceiro dia, manhã de nevoeiro. Nesta terra, que foi de reis e rainhas, é assim mesmo. Será que vai ser desta que aparece el-rei D. Sebastião? Dirijo-me ao treino, com vontade de saber se é sonho, ou se o sonho é a própria realidade. Envio e recebo as primeiras mensagens ao grupo: o meu exemplo começa pelas acções ofensivas - "recepção de bola em movimento" - que repetirei mais tarde. "Passe rápido, ainda mais rápido." Nas acções defensivas, a marcação e as coberturas. "Nas laterais, quero uma cobertura ao homem que vai pressionar a bola; pelo centro, quero duas coberturas… a noção de zona", insistirei, adiante. Eles começam o treino, e D. Sebastião não aparece. Entretanto, o Sol começa a brilhar, e o nevoeiro evapora-se. Olho para norte, vejo subitamente um vulto dirigindo-se para mim. Consigo descortinar os primeiros contornos, a figura parece ter algumas semelhanças físicas com as de D. Sebastião, mas não é. Aí vem companheiros! Temos o grupo quase completo. Esse é agora o nosso próximo objectivo. Cumprimentamo-nos; ele simplesmente sorri… Tal como, sabia eu, que el-rei faria, quando eu o conhecesse e cumprimentasse… Bem-vindo, Leandro Lima. Convidamos-te a seres um dos nossos! Junta-te a nós.
DIÁRIO DE FAQUIRÁ
Jogar dói
17 de Julho, dia 4. Ontem, ao final da tarde, defrontámos o nosso primeiro adversário. Os jogadores prepararam-se para a primeira competição. Ouviram as minhas indicações. Todos deram o seu melhor. A diferença no resultado final a nosso favor, de três golos, correspondeu ao comportamento colectivo que manifestámos em campo. Pela primeira vez, vamos percebendo que respeitar um adversário significa, para mim, e em primeiro lugar, vencê-lo, independentemente do seu nome. Neste jogo de futebol actual, exige-se cada vez mais capacidade de luta, inteligência, trabalho e decisões tomadas em equipa, num regime de aceitação do outro, dos outros. Sem vaidades. Por isso, neste jogo é difícil atingir a perfeição. E também é difícil porque, tal como ontem aconteceu, existem momentos que nós não conseguimos controlar. A três minutos do final do jogo, numa jogada puramente acidental, o nosso Danilo Portugal chocou com um adversário e caiu. E vi-o no chão, com as duas mãos sobre a face. Dirigi-me a ele e vi imediatamente o seu ar de dor. A nossa primeira baixa. Sentimos o que lhe vai na alma. Preocupa-te só em recuperar bem. Todos vamos ajudar-te! Afinal de contas, jogar também dói…
DIÁRIO DE FAQUIRÁ: "O jogo vai começar"
DIA 14 DE JULHO, O 1º DIA:
São 7 da manhã e acordo sem despertador! O jogo vai começar... Sou nesta altura um treinador cuja missão é construir, um grupo que jogue e lute por um objectivo comum; uma equipa que pense e jogue futebol rápido em grupo. Parece fácil. Lavo a cara, olho-me no espelho e vejo o sonho que quero, a equipa que desejo: que tal uma equipa forte, inteligente, rápida, capaz de se sacrificar por objectivos comuns? É esta equipa com que sonho. Todo o grupo terá de trabalhar para o conseguir ser. Tal como o agricultor, o engenheiro, o escritor e o poeta, é preciso semear, colocar a primeira pedra, escrever a primeira prosa e os primeiros versos para que existam os frutos, os poemas. Chego a Setúbal e encontro-me com aquela que vai ser a minha equipa, o meu grupo, a minha escrita.Muitos vitorianos esperam-nos com os olhos que espelham o verde da esperança, mas também do esforço que acreditam podermos dar ao serviço do Vitória. Almoçamos, treinamos e jantamos na Quinta do Pinheiro. Um espaço ideal para descansar, passar uns dias de férias, ou simplesmente como nós - um espaço de trabalho ideal para construir a equipa. Conhecermo-nos e comunicarmos são os nossos primeiros objectivos. Um forte abraço a todos os leitores do jornal O JOGO e a todos os vitorianos.
fonte: O JOGO.
DIÁRIO DE FAQUIRÁ
O primeiro princípio
Segundo dia de trabalho. Vamos novamente entrar em acção. Hoje é preciso que a bola rode para a frente, na direcção da baliza. Desde 1910, ano da fundação do Vitória, que todas as pedaladas neste clube são para a frente. São os jogadores que jogam - penso. Quero que o façam com correcção e se ainda conseguirem, que sejam elegantes. Nada melhor do que os campos férteis de Valado de Frades para introdução da minha filosofia de jogo e de treino. É o momento exacto para dizer aos leitores de O JOGO e também aos adeptos do Vitória, que jogar rima com partilhar, rima também com ganhar. E ganhar, ter sucesso, significa, nesta altura, ser capaz de respeitar o meu colega de equipa. Como? Passando-lhe a bola sempre que tiver uma linha de passe aberta, ofensiva, mas, se for o contrário, esse meu colega de equipa far-me-á exactamente o mesmo. Ora, isso para mim, é ganhar. É também ganhar sempre que um colega perde a bola e quem está mais perto ajudar a recuperá-la. É o meu primeiro princípio: o do respeito por todos os companheiros. Só assim, entendo, poder existir rendimento, afinal de contas, o nosso grande objectivo.
DIÁRIO DE FAQUIRÁ
Por entre o nevoeiro
16 Julho, dia 3. Ao terceiro dia, manhã de nevoeiro. Nesta terra, que foi de reis e rainhas, é assim mesmo. Será que vai ser desta que aparece el-rei D. Sebastião? Dirijo-me ao treino, com vontade de saber se é sonho, ou se o sonho é a própria realidade. Envio e recebo as primeiras mensagens ao grupo: o meu exemplo começa pelas acções ofensivas - "recepção de bola em movimento" - que repetirei mais tarde. "Passe rápido, ainda mais rápido." Nas acções defensivas, a marcação e as coberturas. "Nas laterais, quero uma cobertura ao homem que vai pressionar a bola; pelo centro, quero duas coberturas… a noção de zona", insistirei, adiante. Eles começam o treino, e D. Sebastião não aparece. Entretanto, o Sol começa a brilhar, e o nevoeiro evapora-se. Olho para norte, vejo subitamente um vulto dirigindo-se para mim. Consigo descortinar os primeiros contornos, a figura parece ter algumas semelhanças físicas com as de D. Sebastião, mas não é. Aí vem companheiros! Temos o grupo quase completo. Esse é agora o nosso próximo objectivo. Cumprimentamo-nos; ele simplesmente sorri… Tal como, sabia eu, que el-rei faria, quando eu o conhecesse e cumprimentasse… Bem-vindo, Leandro Lima. Convidamos-te a seres um dos nossos! Junta-te a nós.
DIÁRIO DE FAQUIRÁ
Jogar dói
17 de Julho, dia 4. Ontem, ao final da tarde, defrontámos o nosso primeiro adversário. Os jogadores prepararam-se para a primeira competição. Ouviram as minhas indicações. Todos deram o seu melhor. A diferença no resultado final a nosso favor, de três golos, correspondeu ao comportamento colectivo que manifestámos em campo. Pela primeira vez, vamos percebendo que respeitar um adversário significa, para mim, e em primeiro lugar, vencê-lo, independentemente do seu nome. Neste jogo de futebol actual, exige-se cada vez mais capacidade de luta, inteligência, trabalho e decisões tomadas em equipa, num regime de aceitação do outro, dos outros. Sem vaidades. Por isso, neste jogo é difícil atingir a perfeição. E também é difícil porque, tal como ontem aconteceu, existem momentos que nós não conseguimos controlar. A três minutos do final do jogo, numa jogada puramente acidental, o nosso Danilo Portugal chocou com um adversário e caiu. E vi-o no chão, com as duas mãos sobre a face. Dirigi-me a ele e vi imediatamente o seu ar de dor. A nossa primeira baixa. Sentimos o que lhe vai na alma. Preocupa-te só em recuperar bem. Todos vamos ajudar-te! Afinal de contas, jogar também dói…
VitóriaFC- Escolinha
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Clube : vitoria
Pontos : -3
Data de inscrição : 02/06/2008
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