Varzim

Dois meses em atraso
A.V.G.

Numa repetição do que se passou noutras épocas, o plantel do Varzim volta a debater-se com salários em atraso, problema que afecta outros sectores do clube. Estão por pagar os vencimentos de Outubro e Novembro, embora os jogadores estejam na expectativa de ver a situação regularizada ainda hoje. A transferência de Yazalde sofreu um revés - falta o entendimento entre Braga e avançado -, o que pode implicar um atraso na regularização dos salários. Entretanto, e procurando alternativas à possível saída de Yazalde, treina-se com o plantel um ponta-de-lança australiano. James Georgeff, de 25 anos, tem 1,88m e é natural de Newcastle, tendo iniciado a sua carreira no Adamstown. Jogou ainda no Newcastle FC, passou seis meses na Bulgária, onde representou o Lokomotiv de Sófia em particulares, além de ter tido uma experiência na MLS, campeonato dos EUA, representando o Houston Dynamo. Quem não ficou foi Maykaol Sabino, que treinou à experiência.

Balneário sem pão perdeu a paciência
ANDRÉ VELOSO GOMES

Ao contrário das expectativas do plantel, não foram pagos ontem os vencimentos de Outubro e Novembro, o que agravou a situação delicada que se vive no balneário.

Escaldados com os constantes atrasos nas últimas temporadas, e numa medida que visa precaver o futuro próximo, servindo também para pressionar os dirigentes, na manhã de ontem os jogadores treinaram apenas cinco minutos, numa sessão que estava prevista para as 10h00 e que começou perto do meio-dia, após uma reunião no balneário. Tendo a equipa técnica solidária, os atletas admitem partir para outras formas de luta, sendo uma possibilidade estenderem os minitreinos por mais algum tempo. A transferência de Yazalde para o Braga - acertada ontem à noite - terá, no entando, colocado um ponto final nesta intenção, uma vez que a Direcção contava com a verba deste negócio para resolver os problemas actuais de tesouraria. Seja como for, este é um processo que será gerido dia a dia, tendo novo epílogo na manhã de hoje, altura em que a equipa recebe, curiosamente, o Braga.

O presidente da Direcção, Lopes de Castro, deu a cara, marcando presença na sessão matutina de ontem, não avançando porém com uma solução a curto prazo, para lá da possível verba resultante da transferência de Yazalde. Perante a iminência de ficarem, no final de Janeiro, com quatro meses em atraso, os jogadores perderam a paciência com a Direcção varzinista, até porque alguns deles, e apesar de estar disponível uma verba para os casos mais prementes, já passam por muitas dificuldades.

Regressou a calma
ANDRÉ VELOSO GOMES

Depois de, na sexta-feira, os jogadores terem treinado durante apenas cinco minutos, como protesto pelos salários em atraso, medida que ameaçavam prolongar por tempo indeterminado, com a venda de Yazalde - um negócio que ronda os 500 mil euros - o balneário sossegou. Os vencimentos de Outubro e Novembro serão pagos até ao final deste mês. Inclusive, numa reunião em que participaram jogadores e técnicos, o presidente da Direcção prometeu que esta época, tal como nas anteriores, o grupo de trabalho terminará o ano com os salários em dia. Até por esse hábito instalado no clube, Lopes de Castro afirmou "não entender" a posição do plantel. "Em Dezembro, o Varzim cumpre religiosamente os seus compromissos. Estamos cá há cinco anos e eles já deviam saber que há receitas ordinárias que vão cair. A receita do Yazalde é extraordinária e não estava prevista, mas apareceu numa boa hora, portanto não percebi", afirmou, sublinhando que "não houve promessa" de pagar os salários em atraso na sexta-feira. "Decidiram ficar no balneário a discutir tácticas e estratégias sobre o assunto. Os jogadores poderiam ter discutido o facto de não estarmos na Taça de Portugal e na Taça da Liga, ou porque é que só estamos no terceiro lugar", prosseguiu.

Perante a saída de Yazalde para o Braga, a equipa técnica terá de "definir o perfil" de um substituto. Um clube da Liga Sagres, com quem o Varzim tem uma "relação privilegiada", empresta "um jogador interessante" sem encargos para os poveiros. "Se a equipa técnica não concordar, temos de ver o que o mercado nos oferece", disse Lopes de Castro, garantindo que não se trata de nenhum dos três grandes, nem mesmo do Braga.


Defesa Neto muito cobiçado também pode estar de saída

O presidente do Varzim revelou que tem em mãos duas propostas de clubes portugueses, da Liga Sagres, para transferir Neto, sendo que o empresário do jogador, Amaro Valente, "pediu uns dias" para apresentar uma terceira hipótese. O central prestou provas recentemente no Vicenza, da Série B italiana, mas em surdina, ontem, no estádio, já se falava numa nova guerra entre clubes do Minho que seguem Neto. Agora ou em Junho, a saída é certa.

Livros e sorrisos

Cumprindo uma tradição de alguns anos, o Varzim visitou ontem o Instituto Maria da Paz Varzim e a Casa 'O Regaço', proporcionando um Natal mais feliz às crianças destas instituições de solidariedade social. Os jogadores Alexandre, Nuno Gomes, Pedro Santos e Wandeir, assim como o presidente da Direcção, Lopes de Castro, distribuíram livros e bilhetes para o jogo do próximo domingo, com o Gil Vicente, na Póvoa.

O plantel tem hoje uma sessão dupla que marca o início da preparação para esse encontro, registando-se as ausências de Yazalde e Neto, ambos ao serviço dos Sub-21. Tiago Costa cumpriu castigo na última jornada e volta a estar disponível, ao contrário de Marco Cláudio, Emanuel e Bruno Moreira, todos a recuperar de intervenções cirúrgicas

Paz no Varzim-Gil
A.V.G.

O Varzim-Gil Vicente, na próxima jornada da Liga Vitalis, foi denominado "Jogo Pela Paz". Os sócios poveiros terão entrada gratuita, para além de um bilhete para acompanhante, enquanto o público pagará cinco euros. Antes do jogo será hasteada uma bandeira branca e um jogador do Varzim transportará a Tocha da Paz, ladeado por atletas infantis dos dois clubes. Está ainda previsto um minuto de silêncio e uma largada de pombas.

Uma casa de betão
ANDRÉ VELOSO GOMES

Antigamente, jogar na Póvoa de Varzim era sinónimo de grandes dificuldades para qualquer equipa. Mesmo no escalão principal, os três grandes tropeçavam frequentemente na casa dos Lobos do Mar. Veja-se, por exemplo, o caso do Benfica, que já não vence um encontro na Póvoa desde 1984 e tem apenas oito vitórias em 23 jogos disputados. Depois de algumas épocas em que o seu estádio parecia uma autêntica fortaleza, os adeptos do Varzim sofreram imenso nos jogos caseiros. Mas esses tempos estão distantes. Este ano, por exemplo, apenas Gondomar, no mês de Janeiro, e Penafiel, em Março, conseguiram vencer na Póvoa. Já lá vão, portanto, nove meses desde o último desaire e, reportando apenas a esta época, a carreira da equipa na Liga Vitalis tem sido fantástica, com cinco vitórias em outros tantos encontros. Boavista, Olhanense, Feirense, Freamunde e Santa Clara regressaram a casa sem pontos, ao que se junta o Lixa, que foi despachado com uma goleada por 7-0, na Taça de Portugal Millennium. O Leiria pode gabar-se de ter sido a única formação a não perder no estádio alvi-negro, apanhando os poveiros desprevenidos no primeiro jogo da época, para arrancar um empate sem golos, estávamos então no arranque da Carlsberg Cup.

Há ainda uma curiosidade nos triunfos do Varzim, já que, e à excepção do Boavista, que perdeu por 2-0, os restantes quatro jogos terminaram 2-1, dando-se a estranha coincidência de a equipa ter perdido três vezes fora pelos mesmos números, assim como aconteceu na vitória na Covilhã, a contar para a Taça de Portugal. Terá o Gil Vicente, no domingo, uma missão impossível pela frente? Talvez não seja o caso, mas diz a história recente que… na Póvoa de Varzim ninguém passa.

Entre Yazalde e os salários
A.V.G.

Garantida a transferência de Yazalde para o Braga, que apenas em Janeiro estará às ordens de Jorge Jesus, o jovem internacional vestirá pela última vez, no domingo, com o Gil Vicente, a camisola alvi-negra, desejando "marcar a despedida com uma vitória". "Com um golo meu seria o ideal, mas o mais importante será vencer e manter o Varzim no grupo da frente", completou, apelando aos adeptos para "apoiarem a equipa". Entretanto, e enquanto se aguarda pela verba da transferência, o plantel espera que sejam hoje regularizados os vencimentos dos meses de Outubro e Novembro. Entre os adeptos, há uma grande expectativa para saber como a equipa reage frente ao Gil Vicente após a polémica entre jogadores e presidente, Lopes de Castro, num jogo em que não poderão alinhar Marco Cláudio, Bruno Moreira e Emanuel.

Salários adiados num Varzim com férias gordas
A.V.G.

O plantel do Varzim prepara-se para o último jogo do ano, com o Gil Vicente, após o qual irá gozar umas longas férias de Natal. Rui Dias resolveu conceder uma semana de folga aos jogadores, não só pensando na quadra natalícia, mas também devido aos problemas financeiros que afectam o clube poveiro. Aliás, ontem não foram ainda pagos os meses de Outubro e Novembro, situação que se espera ver resolvida na próxima semana.

Outubro está pago só falta Novembro
A.V.G.

Foi ontem dada ordem de transferência do vencimento de Outubro para o plantel do Varzim. Na próxima semana, e ainda sem a verba resultante da venda de Yazalde, será regularizado o mês de Novembro, ficando os jogadores com os salários em dia, tal como já acontece com os funcionários do clube. Noutro âmbito, o Varzim celebra, no dia de Natal, o 93º aniversário, estando marcada uma sessão evocativa, às 11h00, no Estádio, e uma romagem ao cemitério para homenagear fundadores e sócios falecidos este ano.

SOS Futebol é urgente para evitar bancarrota
ANDRÉ VELOSO GOMES

"Um misto de desilusão e preocupação". É desta forma que Lopes de Castro, em vésperas do 93º aniversário do Varzim, antevê o futuro do futebol profissional. "Os anos passam e as soluções não acontecem. A sociedade tem uma imagem muito má sobre o futebol, mas isto vai piorar drasticamente", avisa o presidente do clube poveiro.

Urge, por isso, tomar medidas de fundo. No caso do Varzim, há desconfiança no sistema. "Até parece que há uma estratégia de arrumar com alguns emblemas, para que os clubes profissionais sejam em menor número, protegendo dessa forma as provas europeias", acusou, voltando à carga com a falência da Liga Vitalis, competição "sem receitas" e com "custos semelhantes" à Liga Sagres. "Ou reformulámos o modelo, ou assumimos que não é viável e que não há condições para termos 32 clubes profissionais, pois há uma má distribuição de receitas." As apostas desportivas são vistas com uma "interessante" fonte de receitas, isto desde que a Santa Casa da Misericórdia "perceba que está numa posição radical de não deixar politicamente discutir a questão". "Somos praticamente o único país da Europa que não tem isso regulamentado", recorda, trazendo à baila os direitos televisivos. "Quase todos os países negoceiam em conjunto, respeitando a dimensão dos clubes. Falta perceber qual a estratégia do Benfica na questão do canal próprio, que pode baralhar o sistema, e qual será o grau de autonomia das televisões", afirma o dirigente, alertando para um "mercado de certa maneira viciado". "Só caminhando para uma negociação global é possível fazer algo", acrescentou, dando o exemplo italiano. "O fenómeno era igual, mas o Governo interveio e promoveu uma negociação única."

Estádio foi a prenda
A.V.G.

Na Póvoa de Varzim, 25 de Dezembro não é apenas Natal. A data assinala também a fundação do clube, que, aos 93 anos, tem na construção do novo estádio a chave para um futuro sólido. É essa a convicção do presidente Lopes de Castro, que, no tradicional discurso que acompanha o hastear da bandeira (presenciado por cerca de 30 associados), se mostrou confiante em ver lançada a primeira pedra do recinto ainda durante o ano de 2009. Com melhores condições para trabalhar a aposta na formação, o Varzim poderá assegurar épocas mais tranquilas, defendeu Lopes de Castro, lembrando que, ao nível técnico e humano, o clube reúne gente de grande qualidade, circunstância que, com as necessárias medidas de contenção, adequadas ao cenário de crise, permitirá, acredita o dirigente, fazer com que o emblema poveiro venha a emergir das dificuldades mais sólido. As medidas para fazer face à crise têm o apoio da cidade, assegurou o autarca local, Macedo Vieira.

A.V.G.

A cumprir a primeira época como profissional, André André tem dado nas vistas, podendo renovar contrato em breve. O médio, autor de dois golos em jogos que até começou no banco, está ligado ao Varzim até 2010, tendo várias equipas de topo a seguir o seu percurso. O objectivo passa por aumentar o vínculo ao clube poveiro por mais algumas temporadas.

Tiago Costa não renova
AVG

Tiago Costa não irá continuar no Varzim na próxima temporada. O lateral direito, contratado esta época ao Vihren, da Bulgária, onde trabalhou com o seu actual técnico, Rui Dias, não precisou de muito tempo para mostrar serviço e, por isso, foi convidado a renovar contrato, uma vez que, quando foi contratado, assinou por apenas uma temporada com a formação poveira. O problema é que, e após algumas conversas, as duas partes não chegaram a um entendimento, até porque o jogador tem vários interessados no seu concurso, nomeadamente equipas que actuam na Liga Sagres. Tiago Costa, formado nas escolas do Benfica, tendo representado também a equipa 'B' dos encarnados, o Hearts, da Escócia, e o Vitória de Setúbal 'B', alinhou em 11 partidas na Liga Vitalis, tendo um golo marcado, seis cartões amarelos e uma expulsão, por acumulação. A confirmar-se a saída, o defesa vê, assim, reconhecido o trabalho realizado nos primeiros cinco meses ao serviço do Varzim.

Quatro estão de regresso no varzim
A.V.G.

Após três derrotas consecutivas, o Varzim recebe o Covilhã com um quadro mais desanuviado no plantel. O central Alexandre regressa após cumprir castigo, registando-se mais três regressos de lesionados de longa duração. Os médios Emanuel e Marco Cláudio e o avançado Bruno Moreira, ainda que todos com pouco ritmo competitivo, poderão ser chamados. Marco Matias, que continua a recuperar de uma lesão no joelho, é a única baixa.

Rui Dias joga futuro frente ao Covilhã
ANDRÉ VELOSO GOMES

O momento é de crise na Póvoa de Varzim, mas não só a nível financeiro. Começando pela parte desportiva, as três derrotas consecutivas e consequente queda na classificação fazem com que a recepção ao Covilhã de domingo seja… uma final antecipada. Ninguém fala numa chicotada psicológica, até porque o técnico Rui Dias tem contrato por mais uma época, mas este é sem dúvida um jogo bastante delicado e que antecede uma paragem no campeonato. Nem tudo são más notícias, uma vez que Marco Cláudio, Emanuel e Bruno Moreira estão recuperados, após longa ausência.

Após a saída de Yazalde, a Direcção do clube pondera uma ida ao mercado para contratar um avançado mantendo conversações em várias frentes. Ainda assim, os dirigentes admitem manter o plantel actual, e, mesmo sabendo que o clube está impedido de inscrever jogadores, devido a uma dívida de 13 mil euros ao Marinhas pelos direitos de formação de Campinho, essa hipótese é vista como um acto de bom senso pela maioria dos associados, certamente a pensar na crise de tesouraria que continua a asfixiar o clube. Sem ter recebido do Braga a primeira de seis tranches do negócio Yazalde, que ronda os 500 mil euros, a Direcção desespera ainda pelo pagamento de cerca de cem mil euros por parte do Estado, uma verba relativa ao contrato de concessão da zona de jogo da Póvoa de Varzim, que deveriam já ter entrado nos cofres do clube. Com isto, o plantel e a equipa técnica continuam com os salários de Novembro e Dezembro por pagar. É neste cenário conturbado que a equipa defronta amanhã os serranos. Mas como, no futebol, é no campo que tudo se decide, a bola está com os jogadores.

Substituto de Yazalde pode chegar por empréstimo
A.V.G.

A Direcção do Varzim pondera o reforço do plantel para colmatar a saída de Yazalde para o Braga. Os condicionalismos financeiros podem complicar a contratação de um avançado, pelo que a hipótese de receber um atleta emprestado será a solução mais viável

Negócio do estádio ainda em tribunal
A.V.G.


Apesar de o Tribunal da Póvoa ter indeferido uma providência cautelar interposta por um grupo de cinco associados do Varzim, com o intuito de travar o negócio de transferência do estádio, o caso não está encerrado, uma vez que decorre ainda uma acção principal. No próximo dia 2 de Fevereiro terá lugar, no Tribunal da Póvoa, a audiência de discussão e julgamento da acção de processo ordinário relacionado com o dossiê estádio.

Varzim continua alérgico aos jogos fora
A.V.G.

A derrota com o Olhanense, no domingo, acentuou a certeza de que jogar fora de casa é um autêntico pesadelo para o Varzim - ainda não venceu e só o pecúlio da Oliveirense (três pontos) consegue ser tão mau -, como também significou dores de cabeça para a recepção à formação de Oliveira de Azeméis. Telmo e Tiago Costa foram expulsos e cumprirão castigo, enquanto Emanuel saiu lesionado e está em dúvida para domingo.

Varzim já tem quatro jogadores referenciados
A.V.G.

Com a luta pela subida quase hipotecada, a Direcção do Varzim ainda não começou a pensar na próxima época, mas, segundo Lopes de Castro, tem "quatro jogadores referenciados", entre os quais um defesa-central. Quanto a renovações, o presidente do clube adia para finais de Março uma decisão, até porque vai depender da aprovação da regra do salário mínimo, o que permitiria promover "vários atletas" da equipa júnior.

Yazalde rendeu meio milhão
A.V.G.

A transferência de Yazalde para o Braga rendeu, ao Varzim, cerca de 600 mil euros, sendo que cem mil foram destinados a impostos. A revelação foi feita ao jornal do clube, "O Varzim", por Lopes de Castro, presidente da Direcção, numa entrevista em que revela ter "ficado magoado" pela forma como os bracarenses conduziram o posterior empréstimo do avançado ao Rio Ave, eterno rival dos poveiros. O dirigente revelou também que, caso se candidate a mais um mandato, tal apenas acontecerá devido ao projecto do novo estádio.

Técnico fica por falta de dinheiro
A.V.G.

Após o empate com a Oliveirense, e em função da enorme contestação dos adeptos, a Direcção equacionou despedir Rui Dias. Mas o treinador tem contrato até 2011, sendo este um factor decisivo para a sua permanência no cargo, pelo menos até domingo. Rui Dias orientou o treino de ontem, o primeiro da semana, não conseguindo, como pretendia, realizar a sessão à porta fechada, uma vez que alguns sócios já se encontravam na bancada. Mas o técnico não terá a vida facilitada. Com o balneário a "ferro e fogo", com os três meses de salários em atraso, os adeptos estão revoltados, e na revolta incluem-se alguns dirigentes. Afirmando "não existirem condições financeiras para despedimentos", Lopes de Castro, que assume responsabilidades no fracasso da época, foi também corrosivo numa entrevista ao jornal do clube: "Como é possível o Varzim marcar golos, se os avançados não estão na área? E se andam mais preocupados em cobrir os laterais adversários?" - questionou. Rui Dias continua a defender que está a fazer "um bom trabalho".

Jogadores fartos já não treinaram
A.V.G.

Com três meses de salários em atraso e fartos de promessas por cumprir, os jogadores do Varzim recusaram-se a treinar ontem de manhã e estiveram reunidos no balneário, discutindo uma "situação insustentável". É uma crise que se repete no Varzim. Há situações dramáticas, principalmente entre os atletas que moram fora da Póvoa e que já não têm dinheiro para se deslocarem aos treinos. Nesse sentido, foi solicitada uma redução do número de dias de treino na próxima semana, pretensão que deverá ser aceite pela direcção. Com essa medida, os jogadores pretendem passar mais tempo com a família, poupando dinheiro ao ficarem em casa. A palavra solidariedade há muito que ganhou peso no grupo de trabalho, havendo atletas que tomam as refeições na casa dos colegas, sendo que o facto de muitos deles serem naturais da Póvoa de Varzim ameniza a situação.

Esgotou-se, portanto, a paciência dos jogadores, até porque a maioria não esquece que, aquando da saída de Rui Dias, o presidente da direcção afirmou que se tratava de um técnico vítima de "coisas estranhas, como birras de jogadores". A indignação de outros prende-se com o facto de terem aceitado baixar os salários, com a promessa de que a situação não iria repetir-se esta temporada.

Funcionários também

Segundo O JOGO apurou, os funcionários do clube também não têm a situação regularizada, o que naturalmente alarga o mal-estar, não só ao grupo de trabalho, mas a todo o departamento de futebol. A formação não é excepção, os treinadores dos diversos escalões jovens já levam até ao momento cerca de quatro meses de ordenados em atraso

Presidente garante que vai pagar

Lopes de Castro tem, como ideia-base, que a época "irá terminar com tudo regularizado", garantindo que isso tem acontecido todas as épocas. A direcção do clube prometeu pagar, esta semana, um dos três vencimentos em atraso, mas, entretanto, isso não aconteceu. O presidente da direcção lembra que sempre reconheceu a existência de salários em atraso e garante que "estão a ser procuradas soluções em várias frentes". "Os jogadores sabem que vão receber e só querem é saber quando, embora reconheça que alguns estejam a passar por situações difíceis", afirmou o dirigente, não querendo avançar com prazos para pagamentos. O clube tem verbas por receber, nomeadamente o subsídio camarário e parte da transferência de Yazalde para o Braga. Refira-se que, com Eduardo Esteves no comando, a equipa venceu dois jogos seguidos ascendendo ao sexto lugar e, na Póvoa de Varzim, já há quem fale numa hipotética luta pela subida à Liga Sagres. O que, neste cenário, é quase anedótico.

Varzim comemora 93º aniversário com um jantar
AVG

O Casino da Póvoa de Varzim acolhe hoje, às 20h30, o jantar comemorativo do 93º aniversário do Varzim, estando prevista a entrega de 15 emblemas de ouro e 56 de prata aos associados com 50 e 25 anos de filiação, respectivamente. Com cerca de 200 sócios inscritos, o jantar terá a presença de representantes da Liga de Clubes, Associação de Futebol do Porto e alguns clubes, estando confirmada a presença de Benfica, Braga e Rio Ave.