Marítimo nas Competições Europeias

Historial das cinco presenças uefeiras já concretizadas pelo Marítimo
De Antuérpia a Valência...
1992/93, 1993/94, 1997/98, 2000/01, 2003/04 e 2007/08. Parece confuso mas não é… Estes são os anos em que o Marítimo conseguiu o apuramento para uma competição europeia, representando sempre o país na Taça UEFA. E com grandes adversários pelo meio como a poderosíssima squadra da Juventus que o Marítimo quase fez tombar…



Em vésperas de cumprir a sua sexta presença numa competição europeia, e já sabemos que caíu em sorte o todo poderoso Valência, e de as hipóteses teóricas de seguir em frente serem reduzidas, Lori Sandri e seus pares têm a hipótese de acrescentar algo mais à história da colectividade fundada no ano de 1910.
E para o caso em apreço, bastaria tão só, imagine-se, o Marítimo repetir a “graça” da segunda eliminatória de 1994/95 da UEFA quando apanhou pela frente a fortíssima squadra italiana da Juventus e, mesmo perdendo os dois jogos tangencialmente, acabou por efectuar duas grandes exibições a ponto de, a haver justiça no futebol, os transalpinos não merecerem ganhar. Nem nos Barreiros (0-1) com Fabrizio Ravanelli a marcar o solitário golo, após brilhante solicitação de outra vedeta: Roberto Baggio, o mesmo se podendo falar relativamente a Turim. Aí, embalado pela anterior e excelente performance, o Marítimo teve o desplante de, no próprio Delle Alpi, perder novamente por margem tangencial (2-1) e a obrigar a “Juve” a ter de se empregar a fundo para não ser surpreendida.
E nem mesmo a arbitragem infeliz desse jogo reduziu a forma brilhante como o Marítimo se apresentou. Se, efectivamente, dizíamos, os verde-rubros apresentassem com o Valência um comportamento semelhante na edição deste ano poder-se-ia concluir que, afinal, ainda se arranjaria um cantinho para relevar uma derrota…. A odisseia europeia é feita de seis vitórias madeirenses, dois empates e seis derrotas, 9 golos marcados e 11 sofridos.

Frango de Bizarro na “ementa” de Antuérpia
A aventura começou na época de 93/94 e no Estádio Bousil. O Marítimo, sob a égide do brasileiro Edinho, antigo jogador e internacional do escrete canarinho e que chegou à Madeira no mesmo avião do central e compatriota Wilson Gottardo, teve o seu baptismo europeu na Bélgica com o Royal Antuérpia. Perdeu por 2-0, ficando na retina aquele segundo golo de fora da área, um frango enorme por entre as pernas de Bizarro, actual técnico do Caniçal, se bem que, é certo, traído pelo estado do relvado. Na segunda mão e ao intervalo os belgas já haviam acrescentado mais dois golos no conjunto da eliminatória. O venenoso avançado Claesen era ponto de referência. Restava a dignidade e empatou-se o jogo, marcando até um golo de canto directo, convertido pelo médio Vado… No ano seguinte, contudo, haveria mais futebol de nível europeu. O Marítimo não só consegue a presença consecutiva em dois anos como passa, pela primeira vez, à segunda eliminatória da competição, após ter ultrapassado os suíços do Aarau. Ao nulo helvético a 13 de Setembro de 2004, num jogo em que o brasileiro Gustavo foi expulso, dá-se a vitória nos Barreiros por 1-0. Uma cabeçada de Paulo Alves, ao minuto 62, carimbou o passaporte para a fase seguinte. E é nesta altura que se cruza no caminho o já anteriormente citado Juventus com o Marítimo a ser orientado por um técnico (Paulo Autuori) que não admitia qualquer tipo de subalternidade, fosse com quem fosse…daí resultando grandes jogos e grandes espectáculos.

Carlos Pereira entra a vencer
Três anos volvidos o Marítimo volta a entrar no…mundo do futebol, agora sob a liderança do actual presidente Carlos Pereira, com as anteriores edições a estarem por conta de Rui Fontes. E conhece, a abrir, os ingleses do Leeds United que libertam uma energia negativa. Expliquemos: os ingleses não só vencem a eliminatória (0-1 em Elland Road e 1-0 no Funchal) como materializam o triunfo na lotaria das grandes penalidades (4-1). E como dois azares não vêm sós até fica marcado novo reencontro para três anos depois para um outro desaire insular: mais uma vitória caseira (1-0) e nova derrota em terras de sua majestade por números expressivos 3-0 e com Jimmy (ex-Boavista e ex-Campomaiorense, lembram-se?) a estabelecer a diferença. Na pré-eliminatória, refira-se, o Marítimo havia batido o FK Sarajevo, vencendo as duas mãos, uma proeza nunca antes conseguida. E são as mesmas grandes penalidades que despedem o clube da UEFA, vencendo o forte Glasgow em casa (1-0) e a perder no inferno escocês por 1-0 e 4-2 nos pontapés da sorte. Que, sem dúvida, será necessária para o confronto que se segue. Até Valência…!